quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Arena local é 100% natural e mantém a qualidade


Durante a semana, alguns dos principais jogadores do futebol brasileiro, liderados por Neymar, protestaram sobre o uso de gramados sintéticos no País. Os atletas reclamam da “jogabilidade” e dos riscos de contusão no piso artificial. Os clubes que utilizam o equipamento falam em economia e segurança. No entanto, a Casa de Apostas Arena das Dunas é um exemplo de gestão do gramado que, mesmo sendo natural e recebendo eventos, mantém a qualidade como um dos melhores do País

A arena potiguar é uma das mais movimentadas em sua função multiuso. Em 2024, a média de eventos com uso do gramado chegou a 17 e a de jogos 23, o que representa uma atividade quase que semanal no local. Pensando nisso, a administração optou pela troca do tipo de grama 10 anos após a Copa do Mundo e realiza operações seguindo um rígido cronograma para evitar prejuízos na qualidade do piso.

“Nossa grama é 100% natural do tipo Celebration, plantada em Touros, aqui no Rio Grande do Norte, mas resultante de uma espécie da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, que passou por uma mudança genética, justamente para atender a necessidade de multiuso, ou seja, a capacidade de resistir ao sombreamento (cobertura por piso para os eventos)”, explicou Matheus Gurgel, Diretor de Operações da Arena.

O gestor explica que outras ações são executadas e uma alteração estrutural foi feita para garantir que o gramado esteja sempre em excelentes condições. Ele cita que a operação de montagem/evento/desmontagem de palco e estruturas de um evento é sempre realizada em 72h. “Alguns especialistas afirma que a grama suporta até 96h, mas no nosso caso somos sempre mais conservadores”, revela.

Gurgel afirma que, ao contrário de outros locais, a Arena das Dunas adotou um tipo de piso chamado de “Easy Floor”, que é translúcido. “Esse tipo de piso evita que a grama sofra com o processo de abafamento, comum quando é utilizado o piso cinza, muito utilizado em alguns locais. Além disso, como temos a capacidade de troca de gramado muito próxima (em Touros) isso nos permite operar com tranquilidade”, revela.

O responsável pelas operações conta que a Arena optou por concretar e adicionar grama sintética na área de recuo Norte (por trás do gol que fica à esquerda das cabines de transmissão). A mudança permite que um palco seja montado no local sem que o gramado seja utilizado, o que aumenta o tempo de uso de palco ou de montagem, uma vez que a grama não é atingida. “Estamos sempre buscando alternativas para compatibilizar jogos e eventos. Um dos exemplos interessantes é que, em eventos com open bar, por exemplo, devido a infiltração de líquidos ou principalmente gelo, pode haver a queima de pontos da grama. Até para esses casos jé possuímos produtos específicos e ações para corrigir a situação”, revelou.

Questão médica
Ao longos dos anos, desde que as gramas sintéticas começaram a ser utilizadas nos estádios, muito se fala sobre o risco de lesões. Não, contudo, há um consenso na área médica quanto à maior incidência de lesões em gramados artificiais quando comparado ao natural.

Em 2023, a revista científica inglesa The Lancet analisou mais de mil estudos sobre o tema para concluir que não há uma correlação entre o sintético para o aumento de lesões. Inclusive, de acordo com a publicação, a incidência de problemas físicos nos campos artificiais é menor quando comparado ao natural – 14% inferior, em média. “A incidência global de lesões no futebol é menor em relva artificial do que em relva. Com base nestas conclusões, o risco de lesões não pode ser usado como argumento contra a relva artificial quando se considera a superfície de jogo ideal para o futebol”, apontou o estudo. No entanto, isso não significa que os atletas que não estão acostumados ao campo sintético não corram riscos.

“No gramado sintético, o pé dos atletas ficam mais presos junto ao campo. Não há a mesma maleabilidade que em gramados naturais”, explicou, Luiz Felipe Carvalho, ortopedista.

Mesmo sem comprovação científica, diversos jogadores se colocam contra o sintético, desde antes da manifestação.

Fonte Tribuna do Norte Foto Magnus Nascimento

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