Após um atraso de cerca de cinco horas, a seleção da Bolívia chegou a Natal e foi direto para a Arena das Dunas, palco da partida contra o Brasil, pela nona rodada das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo 2018. Apesar de demonstrar muito cansaço com a desgastante viagem, o técnico argentino Guillermo Hoyos falou sobre a expectativa para a partida na capital potiguar. Após uma vitória sobre o Peru e um empate sem gols com o Chile, os bolivianos estão mais otimistas com o rendimento na competição e acreditam em uma evolução nessas próximas duas rodadas - encaram o Equador na próxima terça-feira. Na classificação, estão com sete pontos e ocupam a oitava posição.
Hoyos lamentou o impasse diplomático na chegada ao Brasil, chamando-o de "mal entendido". O treinador da Bolívia citou que a situação inconveniente provocou uma mudança drástica na programação da Seleção em Natal. Mesmo assim, reforçou que os jogadores estão bem concentrados no desafio de encarar a equipe verde e amarela em Natal.
- Tivemos essa dificuldade no voo em Brasília, os jogadores chegaram um pouco mais cansados. Tivemos um mal entendido, pois precisamos parar o voo para reabastecer e as autoridades não nos deixaram voar. Foi um inconveniente que sofremos e que acabou atrasando a nossa programação. Vamos tentar esquecer esse embaraço para fazermos o melhor possível no jogo de amanhã - disse o treinador da Bolívia.
Questionado se o calor de Natal seria uma preocupação para os jogadores bolivianos, Hoyos rechaçou a possibilidade e lembrou que algumas regiões da Bolívia possuem temperaturas altas, assim como a capital potiguar, que possui um clima acima dos 30ºC.
- Na Bolívia, existem regiões que fazem muito calor, assim como Natal. Aqui, é um clima muito lindo para jogar futebol e somos privilegiados por jogarmos aqui - festejou.
Quanto a enfrentar o técnico Tite, que em dois jogos no comando da Seleção recuperou a confiança da torcida brasileira, Hoyos comemora a oportunidade e espera surpreender. Para ele, a Bolívia precisa aproveitar o jogo e ser competitiva.
- Sou uma pessoa competitiva e espero fazer o melhor possível para lograrmos êxito. É uma honra compartilhar o campo de jogo com um treinador de muito quilate (Tite), muito premiado. Temos que competir com todos e tratar de conquistar um bom resultado. A gente sabe que é muito difícil, mas tenho confiança, fé. Realmente se iniciou um processo há apenas dois meses. Formamos um grupo com jogadores com muito caráter. Do outro lado, é a seleção brasileira terá jogadores de nível mundial. Vamos desfrutar o jogo, mas competir abertamente - planejou.
Na visão do treinador da Bolívia, após a sofrível goleada para a Alemanha por 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014, a seleção brasileira perdeu o posto de melhor e viu outras equipes assumirem a posição. Mesmo assim, enaltece alguns pontos que ainda colocam a camisa verde e amarela como uma das principais do mundo.
- O Brasil fez boas partidas nos últimos dois jogos. O seu futebol aumentou de capacidade. Os jogadores possuem muita habilidade e são os principais do mundo. Nós sabemos que têm várias na atualidade. Se considerar apenas o futebol ofensivo, de arte, o Brasil ainda é a principal. Mas hoje tem a Alemanha, que antes era de força física e agora se assemelha à Espanha. São estas seleções que dominam o futebol a nível mundial. Um futebol ofensivo, jogo bonito, de muita dinâmica. Se o Brasil não é atualmente a melhor seleção do mundo, é a melhor do mundo na história, na minha opinião - completou.
Por Augusto César Gomes e Jocaff SouzaNatal Foto: Alexandre Lago