O município de Galinhos fica em uma península isolada por dunas móveis, a 166 km de Natal. Com pouco mais de 2.000 habitantes, tem aparecido como novo destino turístico no Rio Grande do Norte. Atrai pelas belezas naturais e simplicidade. A cidade também é vista hoje como um grande celeiro do beach soccer do estado. Muitos talentos têm surgido nos últimos anos. Lá, o jogar futebol na areia é coisa séria e esta familiaridade com o terreno é fundamental. Uma prova é o resultado obtido pela Escola Municipal Professor Freitas na 46ª edição dos Jogos Escolares do RN. Das três categorias em disputa, foi ouro no mirim e no infantil, e prata no juvenil. A "tríplice coroa" não veio por muito pouco, o que não tirou o brilho do trabalho comandado por Miguel Júnior.
- O beach soccer em Galinhos é tudo para a gente. O nosso esporte é o beach soccer. Às vezes, a gente joga futsal ou futebol de campo, mas o beach soccer é a nossa praia. O trabalho dessa garotada em Galinhos sempre gera bons resultados. Temos vários talentos e, em todos os anos, a cidade chega forte para a competição. A gente começa um trabalho muito antes, com cerca de seis meses de antecedência. Treinamos esses meninos, passando pela fase regional em Macau, conquistando os títulos nas três categorias. Viemos para Natal, conquistamos duas medalhas de ouro, no mirim e infantil, e uma prata no juvenil. As nossas equipes estão de parabéns - destacou Júnior.
O treinador tem apenas 22 anos e jogará por Galinhos no Campeonato Potiguar de Beach Soccer, que tem início marcado para o dia 21 deste mês. Segundo ele, o time chega para brigar pelo título, contando com nomes como Luquinhas, que estava atuando na Itália, e Diego Maradona, que já jogou futebol profissionalmente por Palmeira-RN e Assu.
Nova geração
Quem acompanha uma partida de beach soccer sabe bem as dificuldades para domínio, passes e finalizações. Mas quando o talento supera tudo isto também é fácil reconhecer. Os Jerns deste ano serviram como vitrine para os garotos de Galinhos, e Miguel Júnior destacou dois nomes. Um deles, inclusive, está sendo observado pelo ABC para jogar no campo.
- No nosso time infantil, nós temos um jovem chamado Túlio, de 14 anos. Um rapaz se identificou como 'olheiro' do ABC e quer levá-lo para fazer um teste no clube. Ele assistiu à final e quer levá-lo na próxima semana para esse teste. Na equipe juvenil, nós temos um jogador muito diferenciado, que é Mateus, o nosso camisa 10. Ele joga muito, despertou a atenção de muita gente - falou.
Júnior lembra ainda que, no projeto desenvolvido na Escola Professor Freitas, não é só a habilidade com a bola nos pés que conta. Para participar da fase final dos Jerns em Natal, era preciso estar com bom rendimento na escola.
- A gente faz um acompanhamento na escola quanto à rotina de aulas. Sobre as notas, nós alertamos os atletas para estarem regulares e quem tiver nota baixa não joga os Jerns, quem tiver muita falta não disputa a competição. Por conta disso, dois jogadores ficaram em Galinhos e não vieram para a fase final em Natal por conta de nota baixa. A gente os incentiva com isso, em não ter notas baixas, em não faltar as aulas, para vir aos Jerns. Não é só o talento com a bola, mas na escola também - concluiu.
Por GE Natal Foto: Augusto Gomes
