quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Rumo ao Mundial, árbitra brasileira pede: 'Não temos de ser tratadas por gênero'


Edina Alves Batista, de 41 anos, vive a expectativa mais especial dos seus 20 anos de carreira como árbitra. A paranaense de Goioerê viaja no fim deste mês ao Catar para apitar o Mundial de Clubes e vai se tornar a primeira mulher a atuar no comando de jogos masculinos de competições da Fifa para a categoria adulta.

Orgulhosa pela conquista, ela torce para que essa nomeação quebre várias barreiras na arbitragem. O aumento da presença feminina e o fim da divisão por gênero na profissão são os seus sonhos.

A juíza conversou com o Estadão pouco depois de ser confirmada pela Fifa no Mundial. Entre um compromisso e outro pelo Campeonato Brasileiro, Edina relembrou o início na carreira e o quanto aos poucos a arbitragem tem se tornado um mundo mais aberto.

"Está chegando a hora de nós, os árbitros, não sermos mais tratados por gênero, mas sim por capacidade. Tudo está indo por esse caminho agora", disse. "A divisão por gênero tem de acabar. Tudo tem de ser pela competência", afirmou.

Embora cada vez mais conhecida no futebol, Edina afirmou que apenas isso não é o suficiente para ganhar o respeito dos jogadores.

"O respeito você conquista conforme vai acertando dentro da partida. Se você conduz o jogo de maneira correta, eles respeitam. E isso não é por eu ser mulher. Vale para qualquer um. Se o jogador for mal, vai para o banco de reservas. Eu, no meu caso, se for mal eu fico sem apitar", comentou.

"Meu sonho um dia é apitar em uma Olimpíada. E essas conquistas não são minhas. É do povo brasileiro, que também passou a apoiar mais a presença feminina na arbitragem", contou.

por Agência Estado

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