
O racismo explícito de um policial branco ao matar o negro George Floyd por estrangulamento, nos Estados Unidos, gerou onda de protestos que transcendem aquele país.
Tema racismo não só foi pautado como discutido por jornalistas negros da TV Globo, como Eraldo Pereira, Maju Coutinho e Glória Maria, no programa Globo Repórter desta sexta-feira.
Elias Aredes Júnior, jornalista e âncora da Rádio Brasil Campinas, pergunta-me na lata se há preconceito racional contra treinadores negros no Brasil.
Respondi que, no universo do futebol no país, as portas são abertas a todas as raças, indistintamente.
Claro que isso difere da maioria dos segmentos sociais em que há racismo velado.
De imediato lembrei-me de João Avelino, Lula Pereira e Vanderlei Luxemburgo como exemplos de negros como treinadores, mas depois, colocando a 'cachola' pra funcionar, os nomes começaram a surgir.
Valdir Pereira, o saudoso Didi da folha seca, comandou até a Seleção do Peru em Copa do Mundo.
Quer exemplo mais claro de transposição de supostas barreiras de que o já falecido Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho?
Sim, ele não tinha cabelos crespos, mas a pele escura era indisfarçável.
E só não chegou à Seleção Brasileira por que não quis, pois convidado foi. E trabalhou em grandes clubes, com maior sucesso no São Paulo.
GENTIL CARDOSO
Aí, recuando-se ao ano de 1959, constata-se que o negro Gentil Cardoso chegou à Seleção Brasileira, após recomendáveis passagens por grandes clubes do Rio de Janeiro, Corinthians e Cruzeiro.
De certo você já cansou de ouvir a frase de que 'quem se desloca recebe, quem pede tem preferência', mas não sabe o autor, correto? Pois foi Gentil Cardoso.
Outra frase imortalizada dele foi essa: "Se a bola é feita de couro, se o couro vem da vaca e se a vaca come capim, então a bola gosta de rolar na grama e não ficar lá por cima; portanto, meus filhinhos, vamos jogar com ela no chão".
Vai me dizer que o ex-centroavante Serginho Chulapa não teve chance quando foi efetivado no comando técnico do Santos?
Cristóvão Borges não teve passagens por grandes clubes?
Roger Machado, técnico do Bahia, é mais um que comprova a possibilidade de se romper barreiras, pois já trabalhou em Grêmio e Palmeiras.
Desses exemplos, o misterioso foi a falta de continuidade do trabalho do ex-volante Andrade enquanto treinador, após ter levado o Flamengo à conquista do Campeonato Brasileiro em 2009, ocasião em que foi premiado como o melhor na categoria, naquela temporada.
Pelos exemplos, a constatação é que o negro sem prosperidade na carreira de treinador passa mais por questão vocacional de que suposto preconceito.
ROQUE JÚNIOR
Se esses exemplos falam por si só, o ex-zagueiro Roque Júnior deveria se mirar neles antes de acusar sua falta de prosperidade na carreira de treinador ao racismo, durante live promovida pela FPF (Federação Paulista de Futebol) em seu canal no YouTube intitulado 'Vidas Negras e o Futebol', com o objetivo de debater a relação dos negros com o esporte, nesta sexta-feira.
“Futebol é reflexo da sociedade e que, historicamente, o Brasil é racista, levando em conta a primeira Constituição que tivemos até hoje”, afirmou.
E prossegue: “Não consigo diferenciar uma coisa da outra. O futebol traz o que é a sociedade, que o negro está no futebol ou na música, mas que não ocupa cargos de liderança”.
O ex-volante Mauro Silva, que ocupa vice-presidente da FPF também cobrou o negro em cargos de liderança no futebol: “Nunca tive um técnico negro”, contou.
Fatos e testemunhos estão aí.
Assim, cada qual que tire sua própria conclusão.
Por ARIOVALDO IZAC via Agência Futebol Interior
Tema racismo não só foi pautado como discutido por jornalistas negros da TV Globo, como Eraldo Pereira, Maju Coutinho e Glória Maria, no programa Globo Repórter desta sexta-feira.
Elias Aredes Júnior, jornalista e âncora da Rádio Brasil Campinas, pergunta-me na lata se há preconceito racional contra treinadores negros no Brasil.
Respondi que, no universo do futebol no país, as portas são abertas a todas as raças, indistintamente.
Claro que isso difere da maioria dos segmentos sociais em que há racismo velado.
De imediato lembrei-me de João Avelino, Lula Pereira e Vanderlei Luxemburgo como exemplos de negros como treinadores, mas depois, colocando a 'cachola' pra funcionar, os nomes começaram a surgir.
Valdir Pereira, o saudoso Didi da folha seca, comandou até a Seleção do Peru em Copa do Mundo.
Quer exemplo mais claro de transposição de supostas barreiras de que o já falecido Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho?
Sim, ele não tinha cabelos crespos, mas a pele escura era indisfarçável.
E só não chegou à Seleção Brasileira por que não quis, pois convidado foi. E trabalhou em grandes clubes, com maior sucesso no São Paulo.
GENTIL CARDOSO
Aí, recuando-se ao ano de 1959, constata-se que o negro Gentil Cardoso chegou à Seleção Brasileira, após recomendáveis passagens por grandes clubes do Rio de Janeiro, Corinthians e Cruzeiro.
De certo você já cansou de ouvir a frase de que 'quem se desloca recebe, quem pede tem preferência', mas não sabe o autor, correto? Pois foi Gentil Cardoso.
Outra frase imortalizada dele foi essa: "Se a bola é feita de couro, se o couro vem da vaca e se a vaca come capim, então a bola gosta de rolar na grama e não ficar lá por cima; portanto, meus filhinhos, vamos jogar com ela no chão".
Vai me dizer que o ex-centroavante Serginho Chulapa não teve chance quando foi efetivado no comando técnico do Santos?
Cristóvão Borges não teve passagens por grandes clubes?
Roger Machado, técnico do Bahia, é mais um que comprova a possibilidade de se romper barreiras, pois já trabalhou em Grêmio e Palmeiras.
Desses exemplos, o misterioso foi a falta de continuidade do trabalho do ex-volante Andrade enquanto treinador, após ter levado o Flamengo à conquista do Campeonato Brasileiro em 2009, ocasião em que foi premiado como o melhor na categoria, naquela temporada.
Pelos exemplos, a constatação é que o negro sem prosperidade na carreira de treinador passa mais por questão vocacional de que suposto preconceito.
ROQUE JÚNIOR
Se esses exemplos falam por si só, o ex-zagueiro Roque Júnior deveria se mirar neles antes de acusar sua falta de prosperidade na carreira de treinador ao racismo, durante live promovida pela FPF (Federação Paulista de Futebol) em seu canal no YouTube intitulado 'Vidas Negras e o Futebol', com o objetivo de debater a relação dos negros com o esporte, nesta sexta-feira.
“Futebol é reflexo da sociedade e que, historicamente, o Brasil é racista, levando em conta a primeira Constituição que tivemos até hoje”, afirmou.
E prossegue: “Não consigo diferenciar uma coisa da outra. O futebol traz o que é a sociedade, que o negro está no futebol ou na música, mas que não ocupa cargos de liderança”.
O ex-volante Mauro Silva, que ocupa vice-presidente da FPF também cobrou o negro em cargos de liderança no futebol: “Nunca tive um técnico negro”, contou.
Fatos e testemunhos estão aí.
Assim, cada qual que tire sua própria conclusão.
Por ARIOVALDO IZAC via Agência Futebol Interior
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