terça-feira, 16 de junho de 2020

Do maracanã-guaçu ao futebol: Maracanã completa 70 anos


Quando se pensa em Maracanã, provavelmente o som dos cantos das torcidas seja o primeiro que vem à cabeça. Mas o verdadeiro som do estádio vem de um passarinho verde.

O canto é do pássaro que dá nome ao estádio: o maracanã-guaçu. Antes da construção do templo sagrado do futebol havia no local uma grande quantidade dessas aves. O animal foi batizado por conta do som que emite, que tem, sim, relação com a festa dos torcedores, como explica a professora de história e presidente da Associação Indígena Aldeia Maracanã, Marize Guarani.

O Maracanã completa 70 anos nesta terça-feira, 16, com uma história cheia de curiosidades. Construído para a Copa do Mundo de 1950, o estádio substituiu outra arena esportiva: um jóquei.

Até se tornar o lar de duelos dentro das quatro linhas, o Maracanã foi alvo de outras batalhas fora do gramado: protestos e discussões sobre sua localização. A arena quase foi construída em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Foi graças a um movimento liderado por Mario Filho que o projeto ganhou vida na Zona Norte da cidade. O jornalista, inclusive, passou a dar nome ao estádio.

As disputas acabaram sendo deixadas de lado quando, no dia 16 de junho de 1950, as seleções carioca e paulista se enfrentaram.

Mas não só de futebol é feita a história do Maracanã. Entre as décadas de 70 e 80, a arquibancada era tomada por estudantes com pranchetas, canetas e folhas de papel para vestibulares unificados.

Se as notas finais nem sempre agradavam os candidatos, no fim de ano o nervosismo era recompensado com a chegada de um certo bom velhinho. Diretor da Escola de Papai Noel do Brasil, Limachem Cherem, mantém a tradição viva até hoje.

Ao longo de 70 anos foram diversos capítulos: polêmicas, acidentes, jogos marcantes e reformas estruturais. Nada que tirasse o Maracanã do povo, uma característica que vem desde sua criação. Afinal, um dia antes da partida inaugural oficial houve uma pelada entre os engenheiros e os operários que trabalharam na construção do estádio. O resultado? Só os deuses do futebol sabem.

Da BandNews FM Rio, por Gustavo Sleman Foto: Piervi Fonseca/Agif/Estadão Conteúdo

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