O ABC teve todos os méritos na vitória por 4 a 1 no Clássico Rei, mas o placar elástico foi construído diante de um América-RN fragilizado. Um dia antes do jogo, integrantes de torcidas organizadas invadiram o CT Abílio Medeiros, em Parnamirim, para cobrar uma reação dos jogadores rubros e também protestaram contra o presidente Beto Santos. A mudança de atitude não veio. O efeito foi contrário. Do lado oposto, Geninho fez com que o Alvinegro aproveitasse a instabilidade do rival com um forte volume de jogo, marcando os gols com certa tranquilidade. O técnico lembrou também da experiência semelhante que viveu no Corinthians, em 2006, e destacou que nem todos os jogadores têm estrutura emocional para suportar tal pressão.
- Eu senti o América-RN um pouco acuado. Eu digo sempre que, de repente, alguma atitude da torcida, em vez de ajudar, prejudica. Toda aquela pressão que a imprensa noticiou, com invasão de treinamento, colocou o time do América-RN acuado. Você sentia o time com medo de jogar, com medo de errar. Às vezes, uma pressão como esta acaba prejudicando. Eu posso falar isso de cadeira. Quando eu estava no Corinthians, na época da MSI, eu tinha invasão toda semana dentro do Corinthians e via como meu grupo respondia. Os jogadores mais experientes, mais estruturados, suportavam bem. Aqueles que estavam começando, com menos estrutura, perdiam completamente o rumo - falou.
Solidário ao rival, que ocupa a lanterna do returno e praticamente está fora da briga para chegar à final, Geninho usou a entrevista coletiva após a vitória para, com sua bagagem, dar dicas de como superar essa maré ruim. O comandante alvinegro também destacou que o futebol potiguar ficará enfraquecido caso o América fique sem disputar uma divisão em 2018 - isto pode ocorrer se o time não reagir no estadual ou se não subir para a Série C este ano.
- É um momento muito complicado o do América-RN. É o momento de você ter calma, de sentar, buscar soluções, sem querer achar culpados, sem querer sacrificar ninguém. É hora desse grupo de jogadores se unir, de um ou dois líderes chamarem a responsabilidade. É hora de um comando forte, de levantar esse grupo, porque ainda tem muito campeonato. Se o América-RN sentir o baque e ficar no chão, vai ser muito ruim para o futebol do Rio Grande do Norte. É uma grande equipe, que tem renome nacional. Seria muito ruim para o futebol do Rio Grande do Norte um América fragilizado, de repente fora de disputa (sem divisão). É sempre bom quando tem uma rivalidade que um puxa o outro. Um puxando o outro sempre os dois vão estar bem. Fico triste com a situação do América, mas acho que ainda tem condição de ele reverter isso - concluiu.
Por GE RN Foto: Andrei Torres/ABC
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