
Ameaçado de ser rebaixado para a Série D do Campeonato Brasileiro, o América-RN, parece, gosta de criar problemas. O desta quarta-feira não foi tão grave, mas merece o registro.
A imprensa esportiva foi à Arena das Dunas para cobrir a coletiva do técnico Francisco Diá - o treinamento, de conhecimento de todos, era fechado. A entrevista sofreu um pequeno atraso devido a uma reunião entre ex-presidentes, dirigentes, comissão técnica e jogadores. Nada demais.
Quando todos estavam prontos no auditório da Arena, o diretor de futebol do Alvirrubro, Iury Bagadão, se dirigiu aos jornalistas com um pedido, assim, que não era necessário. Sem querer ser filmado, "pediu" para que a imprensa tratasse apenas de futebol, da partida contra o Remo, e "esquecesse" os problemas vividos pelo clube. Por exemplo: como não perguntar a Diá sobre a saída de Lúcio Curió? Como não perguntar sobre a presença dos ex-presidentes em reunião antes do treino?
Os jornalistas presentes, obviamente, reclamaram do tal pedido de "apoio" e "compreensão". Bagadão falou que não se tratava de censura, mas, após a indignação dos repórteres, ainda ameaçou cancelar a coletiva. O dirigente cogitou também que as perguntas sobre os problemas (extracampo?) fossem dirigidas a ele, e não ao treinador. Claro que ninguém aceitou.
Diá ficou visivelmente constrangido com a situação e falou que responderia qualquer questionamento normalmente, como sempre fez.
O treinador não se curvou ao falar do momento delicado do América, do seu trabalho à frente da equipe, e também falou tranquilamente sobre Lúcio Curió.
Às vésperas de um jogo vital para o clube, os dirigentes teriam que estar preocupados com outros fatores, e não com uma entrevista coletiva de treinador, principalmente sendo ele um cara rodado, "macaco velho", como dizemos no popular.
Se, por acaso, alguma pergunta chateasse Diá, ele mesmo poderia responder "não quero falar sobre este assunto" e todos respeitariam.
Mas querer direcionar o que a imprensa vai questionar antes de uma entrevista? Isto não dá mesmo... Desgaste desnecessário.
Por Augusto César Gomes
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