sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ex-policial militar do Bope comemora ouro no Parapan: "Missão cumprida"

Joseano Felipe - atleta paralímpico - medalha de ouro halterofilismo - Parapan Toronto 2015 (Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB)

A conquista de uma medalha por um atleta paralímpico é sempre acompanhada de uma história de superação através do esporte. O caso do potiguar Joseano Felipe não é diferente. Ele ganhou medalha de ouro no halterofilismo na categoria pesado (unificado entre atletas de até 107kg e acima de 107kg) nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá. O ouro veio com um levantamento de 200kg.

- Missão dada é missão cumprida e está aí a missão cumprida em forma de medalha de ouro - fala.

A frase "missão dada é missão cumprida" usada pelo potiguar ficou famosa após o filme Tropa de Elite, lançado em 2007 e que retrata o cotidiano de uma das tropas de elite da Polícia Militar, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), e se adequa bem na vida de Joseano Felipe. Antes de se tornar um atleta paralímpico, ele era integrante do Bope do Rio Grande do Norte. Com a vontade que vinha desde de garoto de se tornar PM, ele ingressou na corporação em 1999. No ano de 2000, aos 26 anos, e pouco mais de um ano após se tornar "caveira", Joseano passou por algo que mudou sua vida para sempre. Durante a operação para evitar a fuga do bando de Valdetário Carneiro - um dos criminosos mais conhecidos do estado - do presídio estadual de Alcaçuz, ele teve atingida uma das vértebras de sua coluna em meio à troca de tiros com os bandidos. O ferimento deixou Joseano paraplégico e a perda do movimento das pernas fez o PM cair em depressão.

- Eu passei três anos em depressão profunda até conhecer o esporte. Não saía nem no portão de casa. Eu tinha duas opções: ou ficava em casa reclamando da vida ou eu ia viver do esporte. O esporte mudou minha vida - lembra.

Para sair da depressão, Joseano Felipe contou com a sorte de encontrar a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa. Com a recomendação de praticar hidroterapia - terapia dentro d'água - para tentar recuperar os movimentos, ele foi convidado pelo proprietário para praticar o halterofilismo, esporte que ele nem sabia do que se tratava. A partir daí a vida dele começava a se transformar através do esporte. 

- Foi uma coincidência. Eu comecei a fazer hidroterapia lá no Tutubarão para começar a me movimentar dentro d'água e o proprietário me chamou para praticar halterofilismo. Até então, eu achei estranho. Topei fazer, gostei e na minha primeira competição fiquei em segundo lugar, em 2005. Tomei gosto e até hoje é minha paixão - conta.

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Por Carlos Arthur da Cruz Natal Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB

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