A tecnologia está aí. Não há como fugir, ou não usufruir dela. No futebol, especialmente no Brasil, sempre que o tema é uso de equipamentos eletrônicos, acabamos caminhando para alterações nas regras do jogo. Embora a princípio não goste da ideia, entendo que a discussão se fecha em algo menor. Lendo, pesquisando, fazendo cursos, percebo que em alguns lugares do mundo, a tecnologia está mais do que inserida no mundo da bola.
O Barcelona, sempre um exemplo a ser colocado, está mudando a maneira de jogar, muito pelo uso tecnológico. Há no clube um departamento de estratégias táticas. Nada pequeno. São 21 profissionais envolvidos, usando o que há de mais moderno na tentativa de entender o jogo. Cada momento de sucesso ou fracasso é esmiuçado por sistemas de computadores, procurando explicar o que aconteceu. Isso passa pela movimentação dos jogadores, com o uso de gps, as distâncias percorridas, os erros e acertos de passes, o tempo de retomada de bola e a retenção, pecado mortal na filosofia da equipe, que cada craque tem a cada partida.
Os adversários, prioritariamente que vencem o Barça, são analisados em minúcias e os relatórios passados às comissões técnicas. Depois de derrotas para Inter de Milão, Chelsea, Bayern de Munique e a aproximação do Real Madrid de Mourinho, ficou claro que o modelo tático precisaria ser repensado. E aí está Tata Martino com uma equipe mais veloz, sem tanta preocupação com a posse de bola e que até, em alguns momentos, ousa nas bolas longas e dá, se interessante for, espaços para tirar o adversário do sistema defensivo. Isso foi alterado com base em conclusões bem científicas.
Com o uso de computadores de ponta e softs moderníssimos. A tecnologia está dentro do futebol como nunca esteve antes. Acho bem mais importante do que um chip, que de 10 em 10 anos vai avisar se a bola entrou ou não, depois que bateu na trave, num chute forte de longa distância.
Por Flávio Prado via no Mundo da Bola
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