terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Adeus ao Rei: Pelé será enterrado nesta terça-feira


Aqueles apaixonados por futebol – ou mesmo os que não gostam tanto assim – tiveram nesta segunda-feira 2 a chance de se despedirem do maior de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento, ou Pelé, como era conhecido. Aos 82 anos, o Rei do Futebol morreu na última quinta, 29, em decorrência da falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon associado à condição clínica prévia, segundo o boletim médico divulgado pelo hospital em que estava internado desde o fim do mês de novembro em São Paulo. O velório que começou às 10h de ontem na Vila Belmiro, estádio do Santos, e tem previsão para durar 24h. O enterro está programado para esta terça-feira 3.

A despedida começou ainda na capital paulista, na madrugada. Por volta das 2h, o corpo dele deixou o hospital Albert Einstein, sob escolta. Poucos torcedores, a maior parte com camisas do Santos, clube onde Pelé começou a carreira, foram ao local. Em Santos, o corpo de Pelé foi recebido por uma torcida organizada da equipe, com bandeiras, buzinaço e fogos de artifício.

Ao chegar na Vila Belmiro, estádio do clube onde começou a carreira e ganhou inúmeros títulos como duas Libertadores e dois campeonatos mundiais, Edinho, filho de Pelé, e Zé Roberto, ex-jogador de futebol, carregaram o caixão do Rei até o gramado. No velório, compareceram vários ex-jogadores, como Elano e autoridades como Gianni Infantino, presidente da Fifa.

“É um ídolo. Um ícone. Tive a honra e a sorte de conhecer Pelé e tive a sorte de estar sentado com ele em Milão, em 2016, quando o conheci pessoalmente. Eu recordo de episódios da minha infância, quando tinha 11 anos. Fui ao cinema com meu pai ver o filme do Pelé. Foi a única vez que fui ao cinema com meu pai. Ele me explicou quem era este jogador”, disse o chefe da entidade máxima do esporte.

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, também compareceu ao velório de Pelé. Ele considerou a data como um momento de dor para os fãs do futebol. “Estou aqui para reverenciar a memória desse ídolo de todos nós. Quero reafirmar aqui que a CBF fará todas as homenagens possíveis ao maior atleta de todos os tempos. Pelé é eterno.

Uma das minhas missões na CBF a partir de agora será a de preservar a sua história e perpetuar o seu legado”, afirmou. No decorrer do dia, fãs tiveram acesso ao velório de Pelé para dar o último adeus ao maior jogador de futebol de todos os tempos.

HISTÓRICO
Não caberia nesta página todas as histórias que Pelé construiu e o quanto ele mudou os rumos do futebol brasileiro a ponto de tornar a seleção canarinho uma potência do esporte bretão. Único jogador a vencer três Copas do Mundo, em 1958, 1962 e 1970, Pelé fez história e não foi eleito o Rei do Futebol à toa. No primeiro título, com apenas 17 anos, ainda foi artilheiro da seleção, com seis gols marcados. Aos 22 anos, já tinha 500. Aos 29, em 1969, marcou o milésimo tento No ano de 1980, também foi escolhido como o atleta do século pelo jornal francês L’Équipe.

Em 1969, no ano do milésimo gol, parou uma guerra na Nigéria, em uma época em que o continente africano vivia um clima efervescente. Tinha a mania de se referir a si mesmo em terceira pessoa. Não foi o mais exemplar dos cidadãos e colecionou algumas polêmicas, principalmente em razão do não reconhecimento de uma filha, mesmo após paternidade comprovada por meio de teste de DNA. Mas no quesito esporte, convenhamos: Edson Arantes do Nascimento tinha orgulho de Pelé. O mesmo sentimento que tantos outros brasileiros, que choraram a partida de Edson, que se foi. Mas Pelé fica. Na história, nas assinaturas, nos registros, nos mais de mil gols. Pelé é eterno. Pelé é imortal.

Por Douglas Lemos Foto: Rafael Ribeiro / CBF

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