A Lei Pelé acaba de sofrer mais uma mudança e que não contempla o futebol, prejudicado sensivelmente há 15 anos, desde a sanção da “Lei Madrasta” que arrasou com os clubes formadores de jogadores de futebol e mexeu radicalmente na formação e na qualidade dos futuros craques do país. A Medida Provisória 620/2013 - da qual faz parte a emenda que altera a Lei Pelé e tem como principal objetivo definir regras e dar mais transparência à destinação de verbas públicas para entidades esportivas no Brasil - foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff, na íntegra, sem qualquer alteração.
Mas ela não contempla o futebol. Quando a Lei Pelé passou a vigorar, em 1988, havia uma queda de braço muito grandes entre clubes e jogadores de futebol, que se consideravam “escravizados”. Realmente havia uma força desigual na relação de ambos. Mas de repente, a Lei Pelé tirou todo e qualquer poder dos clubes sobre seus atletas e os deu de mãos beijadas para os empresários.
Uma lei elitista, que beneficiou apenas os atletas profissionais de futebol em alta, os considerados craques, que já tinham elevados salários e, de repente, passaram a ter também participação em seus passes, que passaram a valer milhões. Tudo sob a custódia dos empresários, que nada investiram no futebol. Mas de 90% dos atletas de futebol do Brasil estavam fora deste contexto, com salários baixos e que passaram a não ter mais garantias dos clubes, que antes faziam contratos normalmente de um ano. Com tempo, os contratos passaram a ter prazos menores e até virou praxe apenas três meses.
Resultados negativos
Quinze anos após a Lei Pelé, o quadro negativo do futebol é visível com a falta de investimento dos clubes formadores na base e também no próprio fechamento de muitos clubes do Interior de São Paulo e de todo o Brasil. Os clubes sempre desempenharam papel social relevante na formação de atletas e de homens, fornecendo moradia (alojamento), alimentação e estudo. Além de atendimento médico, dentário e psicológico. É claro que, cada clube, dentro de suas possibilidades, mas sem nenhum apoio do Governo.
O retorno dos clubes vinham depois, com as vendas destes jogadores para clubes maiores. Esta cadeia, porém, foi quebrada com a Lei Pelé. Os clubes ficaram de mãos vazias, sem recursos para investir e muito menos para buscar no futuro. Um garoto de 12, 13 anos, rapidamente era assediado por empresários e não representavam mais nada de futuro para os clubes.
Para quem ajuda
O texto da emenda da Atletas pelo Brasil, que agora virou lei, conta com o apoio do grupo LIDE, que reúne 1.400 empresas filiadas, que representam 51% do PIB privado brasileiro; do Movimento LiveWright; da Confederação Brasileira de Clubes; do CONFEF - Conselho Federal de Educação Física e da REMS - Rede Esporte pela Mudança Social.
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Fonte Agência Futebol Interior