A profissão de jogador de futebol é uma montanha russa para muitos desportistas. Do início em categorias de base até o primeiro jogo por uma equipe profissional, anos de suor e dedicação são colocados à prova. Para alguns, o êxito da vitória e a recompensa com títulos. Para outros, o ostracismo e o sofrimento com o álcool e as drogas. Aos 41 anos, o zagueiro Márcio Costa mostra que ainda "tem muita lenha para queimar" e aceitou mais um desafio: defender o Corintians-RN, clube do interior do Rio Grande do Norte e que conquistou seu único título estadual em 2001. Esse será o 20º time na carreira do jogador, que já vestiu a camisa do "xará" mais famoso, o Corinthians, e levantou o troféu do Mundial de 2000, além de ser campeão carioca pela dupla Flamengo e Fluminense.
Márcio desembarcou há poucos dias na cidade de Caicó - a 256 km de Natal -, ao lado de alguns companheiros do Legião-DF - o lateral-direito Thiaguinho, o meia Vaninho e o atacante William Magrão -, seu último clube em 2014. A experiência na vida e o conhecimento em campo deram ao zagueiro um tratamento especial e a admiração do elenco do Galo de Seridó, de quem recebeu o carinhoso apelido de "avô".
- Às vezes, os caras me chamam de avô... Mas é tudo com muito respeito. É sempre bom procurar ajudar aos novos jogadores que estão começando na carreira, por conta das muitas dificuldades que existem nesse caminho - disse Márcio Costa.
Entre as conquistas no currículo, Márcio faz questão de ressaltar a mais importante: o Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, quando foi titular no Timão. Naquela decisão, disputada no Maracanã, o Corinthians venceu o Vasco, nos pênaltis, por 4 a 3. Quinze anos depois, o jogador se mantém em atividade e chega ao Galo do Seridó como grande reforço do elenco, que ainda conta com atletas que estavam atuando no Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraíba e Ceará, além do Distrito Federal.
Carioca, o defensor tem grandes passagens pela dupla Fla-Flu, onde conquistou títulos estaduais entre os anos de 1995 e 1997 e, mesmo jogando por outros clubes e em vários estados brasileiros, nunca havia jogado no Rio Grande do Norte. A nova realidade do jogador é encarada com naturalidade, e apesar da dificuldade do clima e do ambiente fora de casa, Márcio garante estar adaptado à nova rotina, que revela ter optado pelo RN por conta da semelhança com sua cidade natal, o Rio de Janeiro.
- Eu sou do Rio de Janeiro e já estou acostumado com a alta temperatura. Está tudo tranquilo, o pessoal é muito simpático e o trabalho está desenrolando com muita fluidez. Tinha uma grande vontade de conhecer o Rio Grande do Norte, por conta de Natal, que é uma cidade muito bonita, e essa proposta do Corintians-RN caiu como uma luva. Vim para cá com o pensamento de mostrar um bom trabalho até o final do estadual. Depois, quem sabe, eu possa ficar por aqui - analisa o jogador.
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Por Jocaff Souza Natal Foto: Divulgação/Corintians-RN