sábado, 28 de outubro de 2017

O que fizeram com a abertura dos Jogos Escolares do RN?

Esta foi a solenidade de abertura dos Jerns 2017 (Foto: Editoria de arte)

A solenidade de abertura dos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte de 2017 foi a mais pífia e vergonhosa das suas 47 edições. Confesso que me decepcionei com as imagens que recebi (o próprio Gabinete Civil do Governo do Estado publicou algumas em uma rede social) e apresento mais abaixo. O evento foi realizado na tarde de quinta-feira, com o ginásio Marcelo Carvalho (DED) praticamente vazio. Não tinham 20 pessoas nas arquibancadas. Em quadra, o desfile contou com representantes de apenas nove escolas. Como deixaram isso acontecer? Lembrando que a cerimônia aconteceu em meio aos jogos, já que não foi possível a realização na última sexta-feira, por "questões burocráticas", segundo argumentou a Coordenadoria de Desportos da Secretaria Estadual de Educação e Cultura.

A fase final dos Jerns reúne 14.790 estudantes, de 533 escolas! São números impressionantes, se considerada a falta de atenção. Mas, por outro lado, o governo do estado investe alto para promover o evento. O custo total dos Jogos é de aproximadamente R$ 1,7 milhão, considerando a fase final e as regionais, e incluindo gastos com hospedagem, alimentação, premiação, pessoal (arbitragem), infraestrutura (transporte, tendas, aluguel de mesas, banheiros químicos) e transporte.

Vivi e participei dos Jerns no seu auge, nos anos 90. Depois, a partir de 2000, como estudante de jornalismo, passei a fazer a cobertura do evento. Vi jogos com grandes públicos no Palácio dos Esportes, no ginásio do Sagrada Família, no "finado" Machadinho. As aberturas no antigo Machadão são lembradas por muitos. Nos últimos anos, até mesmo por questão de segurança, as solenidades foram reduzidas, mais simples, mas foram dignas. Nunca havia acontecido o que (não) pôde ser visto na quinta-feira. O sentimento dos professores envolvidos era realmente de vergonha.

Pelo investimento que é feito, que não é baixo, o governo precisa olhar com mais carinho para os Jerns. Podia ser até usado como marketing positivo, em meio à sensação de inseguraça que o estado vive nos últimos meses. O evento ainda mexe muito com a emoção dos atletas, ainda leva muita gente para os ginásios. É só dar um giro pela cidade. É só conversar com os professores. É só querer. Os Jerns não podem morrer. Não deixem isso acontecer.

Por Augusto César Gomes, Natal via GE RN Foto: Editoria de arte

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