domingo, 19 de março de 2017

Torcedores protestam em treino do América-RN; clube revela agressã

Protesto torcida do América-RN (Foto: Reprodução)

O sábado foi de protesto no América-RN. Indignados com a atual situação da equipe, cerca de 60 torcedores foram ao CT Abílio Medeiros, em Parnamirim, para cobrar uma reação dos jogadores, a começar pelo clássico contra o ABC, neste domingo. O treino foi paralisado e encerrado devido à invasão. Faixas também foram estendidas. Em nota emitida à tarde (veja a íntegra abaixo), o clube apontou que "na saída para o vestiário, atletas foram agredidos fisicamente". As torcidas que encabeçam o movimento pela renúncia do presidente Beto Santos, principal alvo do protesto, negam a agressão.

Inicialmente, como o treino da manhã deste sábado - o último antes do clássico - era fechado, os torcedores foram impedidos de entrar no CT. Após autorização do executivo de futebol, Carlos Moura Dourados, o grupo entrou e interrompeu a atividade que estava sendo comandada pelo treinador Flávio Araújo. Os jogadores foram orientados a ir para o vestiário. O zagueiro Paulão, os volantes Ives e Felipe Alves e o meia Somália, considerados líderes do elenco, conversaram com os torcedores e ouviram as críticas e cobranças. Parte desta conversa foi registrada em vídeo que circula pelas redes sociais. As faixas expostas no campo de treinamento diziam "Queremos jogadores de vergonha", "Honrem no$$a$ cami$a$", "DNA não ganha campeonato!", "Menos promessas, mais atitudes", "Cadê o planejamento? Nossa paciência acabou". O muro do CT também foi pichado com "Fora Beto $anto$".

Em nota de repúdio, o América usa o termo "torcedores" entre aspas, e diz que estes "passaram a denegrir, verbalmente, a imagens dos atletas". O clube diz ainda que "os verdadeiros torcedores estão envergonhados e chateados com a campanha no futebol. Ali, na verdade, estavam membros de grupos organizados que se acharam no direito de 'invadir' o ambiente de trabalho de quem faz o clube". 

As torcidas organizadas, então, responderam em nota de esclarecimento assinada pelas Torcida Twitteiros do Mecão - TTM, Movimento Portão 5, Democracia Alvirrubra, Torcida Mecão Beer, META - Mecão Eu te Amo, Loucos do Mecão e Bonde do Mecão. Dizem que o ato foi "contra a direção omissa do América e contra a ausência de vontade do elenco". Destacam que não houve agressão física e coação, e apontam que "o único desentendimento de fato registrado envolveu um torcedor e o atleta Dija Baiano. O atleta em questão chamou o torcedor para a briga, atitude esta reprovada pelo próprio elenco". O mesmo grupo de torcidas afirmou na nota que, após a sair do centro de treinamento, se dirigiu à sede social do Mecão, na Avenida Rodrigues Alves, onde foram estendidas outras faixas de protesto. Estas pediam a saída do presidente do Conselho Deliberativo, José Rocha, e do vice-presidente de futebol, Jussier Santos, além do presidente Beto Santos. A maior faixa dizia "Pior presidente da história do América".

O Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Estado do Rio Grande do Norte (Safern) também se manifestou, e repudiou o que chamou de "lamentável episódio". Apontou que os atletas "foram subitamente agredidos e humilhados por cerca de 100 torcedores que invadiram o campo de treino gritando palavras de ordem, assédio moral por coação e constrangimento geradores de dano coletivo no exercício laboral" (confira a íntegra da nota abaixo).

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Por GE RN Foto Divulgação

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