terça-feira, 8 de novembro de 2016

Procura-se um presidente: Potiguar vive dilema e busca nome para 2017

Benjamim Machado, presidente do Potiguar de Mossoró, foi eleito o melhor dirigente (Foto: Jocaff Souza)

Um clube sem presidente, com dívidas e repleto de incertezas para 2017. A vida do Potiguar de Mossoró está complicada neste fim de ano, período em que os clubes participantes do Campeonato Potiguar dão início à pré-temporada. Quarto colocado na classificação geral do estadual deste ano, o Time Macho assegurou uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, mas acumula uma dívida de R$ 60 mil com os integrantes da comissão técnica, jogadores e outras despesas. Este montante só poderá ser quitado com um repasse da Prefeitura de Mossoró, que assegurou um valor de R$ 100 mil em publicidade, mas só cumpriu apenas uma parcela do acordo. Antes disso, Benjamim Machado, presidente eleito com mandato até 2017, se licenciou do cargo para concorrer ao cargo de vereador em Mossoró. Sem obter êxito no pleito municipal, ficou descontente e anunciou a renúncia da presidência. A decisão também foi acompanhada pelo vice-presidente Max Luis Bezerra, que assumiu o clube durante a Série D.

Para buscar uma saída, membros do Conselho Deliberativo se reúnem nesta quinta-feira para indicar, por meio de consenso, os novos presidente e vice-presidente do clube. Ao GloboEsporte.com, Carivaldo Dias, que é vice-presidente do Conselho Deliberativo, contou que foram realizadas cinco reuniões para a obtenção do balanço financeiro do clube. O dirigente disse ainda que dois outros conselheiros se disponibilizaram em assumir o clube, mas os nomes ainda são mantidos em sigilo.

- Fizemos cinco reuniões para fechar isso e esperamos que essa última possa ser a definitiva. Dois conselheiros nos procuraram e disseram que querem assumir a presidência. Vamos tentar um consenso para que um seja o presidente e outro o vice - revelou Dias.

Sobre as dívidas do Time Macho, Carivaldo revelou que o clube ainda espera pelo pagamento de duas parcelas do patrocínio feito com a Prefeitura de Mossoró, que chegam a cerca de R$ 60 mil, que serão revertidos para o pagamento da segunda parcela das rescisões da comissão técnica e jogadores.

- No dia 10 de outubro, a Prefeitura ficou de nos pagar. Depois, houve um comunicado e a data foi remarcada para o fim de novembro, com a justificativa de que o município enfrenta dificuldades financeiras. Mas o atraso dessas parcelas é desde o mês de junho. Esse valor recebido será para que o clube quite a segunda parte da dívida com os integrantes da comissão técnica e com os jogadores, que deixaram o clube com apenas 50% da rescisão. Outra parte será para pagar outras despesas que tivemos ao longo do ano - contou o dirigente.

"Me sinto frustrado"
Eleito para um mandato de presidente do Potiguar de Mossoró por dois anos, Benjamim Machado retornou em 2015 para a quarta passagem à frente do clube e sonhava em conquistar mais um título estadual, assim como fez em 2013 na decisão contra o América-RN. O primeiro troféu de campeão do Time Macho foi em 2004. Esse ano, tentou uma carreira na política e se candidatou ao cargo de vereador em Mossoró, mas ficou a 87 votos de um cargo no legislativo. Insatisfeito com resultado negativo nas urnas e irritado com o percurso tomado pelo Potiguar, Machado contou ao Globo Esporte que renunciou ao cargo de presidente por se sentir "frustrado".

- Me sinto frustrado. Tivemos até um bom campeonato estadual, mas o clube obteve muitas dívidas e, com a minha tentativa de buscar um cargo político e ficar a 87 votos de não entrar na Câmara, preferi não continuar no cargo. Tem a ver com a minha não eleição para vereador de Mossoró, como também a falta de investimento no futebol - lamentou Benjamim.

Com três mandatos e meio e um título estadual, Benjamim Machado foi eleito o melhor dirigente do estadual deste ano, mas disse ainda que se sentiu desvalorizado com a própria torcida do Potiguar. O dirigente falou que não teve o "reconhecimento merecido" e que o projeto político poderia contribuir para valorizar o futebol mossoroense e reavivar o Estádio Nogueirão, que foi interditado pelo Corpo de Bombeiros na última semana e corre o risco de não ser liberado para o Campeonato Potiguar 2017.

- Eu acho que o trabalho e empenho que eu tive à frente do clube, ao longo dos anos, faltou por parte da torcida o reconhecimento merecido. A busca pela eleição não era apenas um projeto pessoal, mas para fortalecer o nosso clube. A ida ao Legislativo poderia nos auxiliar com algumas emendas, porque os atuais vereadores não disponibilizam qualquer intenção de auxílio aos clubes de Mossoró. Posso citar como exemplo o Nogueirão, que está definhando e o poder público não faz nada para valorizar o estádio da nossa cidade - finalizou o ex-presidente.

Texto e Foto por Jocaff Souza

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