domingo, 30 de outubro de 2016

Árbitros do RN propõem mudanças na escala para jogos do estadual 2017

RN - Luiz Carlos Câmara Bezerra - Sindicato dos Árbitros de Futebol do RN (Foto: Jocaff Souza/GloboEsporte.com)

Ser árbitro de futebol requer muita qualificação para lidar com a pressão dentro e fora de campo. Nos últimos anos, as decisões do Campeonato Potiguar ficaram sob a responsabilidade de arbitragens de outros estados. Para a edição de 2017 da competição, o Sindicato dos Árbitros de Futebol do Rio Grande do Norte quer ajustes na escolha da arbitragem e buscar mais visibilidade para os profissionais potiguares em outras competições nacionais.

Luiz Carlos Câmara Bezerra (foto), que é presidente do Sindafern, apresentou propostas à Federação Norte-rio-grandense de Futebol e aos dirigentes dos oito clubes da primeira divisão, em reunião do conselho técnico do Potiguar 2017, para alterar o modelo de gestão de árbitros. Entre as defesas da entidade, a que causou maior repercussão foi a de que as escalas da arbitragem sejam feitas por meio de audiência pública, e não por sorteio, como ocorrem atualmente. Outro ponto de discussão é de que os profissionais locais sejam escolhidos para as finais do estadual - nos últimos anos, criou-se o costume de optar por árbitros da Fifa para os jogos decisivos. O sindicato agora quer ter uma contrapartida caso esta situação se repita. O valor não foi estipulado. No Campeonato Cearense, a taxa é de R$ 10 mil. A iniciativa visa qualificar ainda mais os árbitros potiguares.

- Nós temos pontos a discutir porque entendemos que o modelo de gestão que se apresenta no Brasil para os árbitros está falido. Existe a questão da arbitragem de fora e nós queremos ser reconhecidos pelo trabalho, queremos participar dos jogos mais importantes. Agora, é lógico, existe o direito dos clubes em pedir a arbitragem de fora. No momento que eles pedem, estão reconhecendo que nós não temos condições de trabalhar no jogo local. Então, que destinem um valor para a Escola de Árbitros para realizar cursos de aprimoramento, para que o profissional possa trabalhar da melhor forma. Isso já é feito no Ceará, onde o time que solicita a arbitragem externa é obrigado a depositar na federação um valor de R$ 10 mil - declarou Luiz Carlos Câmara ao Globo Esporte.

Em relação à escolha de arbitragem, Luiz Carlos Câmara defende que seria "mais profissional" e "mais fácil" escolher por meio de audiência pública. A medida está assegurada na Lei Nº 13.155/2015, conhecida como Profut. De acordo com o artigo 32, os árbitros de cada partida podem ser escolhidos por audiência transmitida ao vivo pela internet ou por sorteio, no mínimo 48 horas antes de cada rodada.

- Nós temos que ver a questão do sorteio porque o profissional não pode trabalhar dessa forma. Conseguimos, inclusive, incluir na lei (Profut) a medida de audiência pública. Eu faço a comparação, por exemplo, com o time de futebol. Você não pode escalar o time de futebol por sorteio. Tem que escalar o profissional por competência. Eu acredito que é até mais fácil a audiência do que o sorteio, porque a comissão chega na mesa, diz quem vai trabalhar e os clubes podem indagar, fazer suas ponderações - completou o presidente.

Por GE Natal Foto: Jocaff Souza

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