Um dos clubes mais tradicionais do Rio Grande do Norte se prepara para retornar ao futebol potiguar. O Riachuelo Atlético Clube (RAC), que pendurou as chuteiras há 21 anos, voltará aos gramados já na próxima temporada.
Em princípio, a proposta é disputar as competições de categorias de base e, em um futuro próximo, a Segunda Divisão do estado – marcando o regresso ao esporte profissional. “O Riachuelo voltará em breve”, anunciou o presidente, Valdir Duarte, de 70 anos.
Marinheiro reformado esbanja um sorriso no rosto e demonstra a esperança em um futuro grandioso para a agremiação fundada em 1948.
Mesmo em meio à empolgação, Duarte é precavido e explica como pretende reativar o time alviazulino. “Quando um almirante, o Gambôa, me convidou para ficar a frente do clube da Marinha do Brasil em 2013 já pensei em como começar o trabalho. A ideia é voltar para o profissional apenas quando estivermos condições de nos manter no meio. Por enquanto, vou com a base”.
Durante 45 anos, o time da Marinha, como ficou conhecido, protagonizou grandes jogos no antigo estádio Juvenal Lamartine. “Em 1967, nosso time disputou a final do Campeonato Potiguar contra o América, no JL. O jogo terminou empatado em 1 a 1 e eles (América) ficaram com o título. Mesmo assim, o resultado comprova o quanto o RAC era forte. Agora, o desejo é voltar”, comenta Valdir Duarte.
Sem fogo de palha
Duarte cita o exemplo do Força e Luz, outro clube de tradição no RN, para exemplificar o que não quer que aconteça com o Riachuelo. “O Forcinha voltou a jogar depois de 18 anos e parou. O que quero é não parar mais. Hoje temos 180 jovens em nossa base e vamos trabalhar com eles para torna-la forte”.
O dirigente do Riachuelo já trabalhou em vários clubes do estado, inclusive no ABC, e coleciona troféus de melhor dirigente do ano – que ganhou em cinco oportunidades.
No Riachuelo, ele já conseguiu colocar o clube no quadro da Confederação Brasileira. Esse feito foi conquistado com suor, pois precisava da ajuda de um dirigente antigo do RAC – o que não foi fácil.
“Precisei de um diretor antigo do clube e levei seis meses para encontrar. Fui achar no bairro de Barro Vermelho. Seu Severino Silva já tem uns 90 anos e chorou de emoção quando começou a falar do clube que revelou Marinho Chagas e do ilustre torcedor Senta Ripa”, comenta.
História
Antes da final disputada com o América, o Riachuelo ficou com a terceira colocação do torneio em cinco oportunidades.
Em 1994, ano em que paralisou suas atividades, pediu permissão para participar do Estadual e desistiu em cima da hora. Agora a expectativa é pelo retorno do time azul e branco e sua história de tradição e luta.
Por Ayrton Freire Foto: Ana Amaral via Portal No Ar
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