A Copa América começa nesta quinta-feira 11, com um tremendo ponto de interrogação: jogadores extraordinários como Messi, Neymar, Cavani e Vidal vão ofuscar o escândalo da Fifa que colocou a Conmebol, entidade que organiza o torneio, como um dos centros do esquema de mundial corrupção que envolve dirigentes e empresários de marketing esportivo? Esse é o pano de fundo do jogo de estreia, entre Chile e Equador, no Estádio Nacional de Santiago, às 20h30 (de Brasília), e provavelmente das outras 25 partidas até o dia 4 de julho. É o embate entre a beleza do futebol e a crise judicial fora das quatro linhas.
Embora diversos jogadores tenham repetido, com algumas variações a frase de Diego Armando Maradona – “a bola não se mancha” -, o desafio parece grandioso demais. “Nossa Copa América se vê manchada por eventos alheios ao futebol. É lamentável”, disse Sergio Jadue, presidente da Associação Chilena de Futebol e vice da Conmebol. “Mas o futebol pode nos dar muitas alegrias dentro de campo”, disse o dirigente à reportagem.
A expectativa é de que o torneio de seleções mais antigo do mundo seja uma espécie de trégua futebolística para o maior escândalo de corrupção da história do futebol mundial, que envolve suborno, pagamento de propina, lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Dirigentes e empresários de marketing esportivo sul-americanos são investigados pelas autoridades norte-americanas, entre eles, o ex-presidente da CBF José Maria Marin, preso na Suíça, e o ex-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Nicolás Leoz, que está em prisão domiciliar no Paraguai. Os valores relativos aos direitos de transmissão das competições em vigência (Copa América, Copa de Ouro, Liga dos Campeões da Concacaf e Copa do Brasil) serão destinados às autoridades americanas.
As investigações de corrupção na Fifa podem cancelar a edição especial da Copa América 2016, em homenagem ao centenário da competição, justamente nos Estados Unidos.
“Hoje o presidente de uma das confederações está detido, as empresas detentoras de direitos têm seus fundos bloqueados. Ninguém seriamente pode dizer que as coisas no futuro vão ser como estão previstas”, disse Luis Meiszner, secretário-geral da Conmebol, no início do mês.
Por Estadão Conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário