O futebol do Pará se especializou, nos últimos anos, em queimar treinadores, a lista é extensa: Paulo Comelli, Roberval Davino, Givanildo Oliveira, Artuzinho, Flávio Araújo e muitos outros. São treinadores que chegam com currículo invejável, foram embora com resultados comprometedores, mas já no próximo clube, se tornaram campeões e conseguiram acessos no brasileiro e nos mais importantes campeonatos estaduais do Brasil. O próprio Vica está sofrendo isso no Paysandu, depois de ressuscitar o Santa Cruz, veio para o Paysandu e não sabe o que é vitória na Série C e nem na Copa do Brasil.
Roberto Fernandes, que comecei citando, não só ganhou o Campeonato Paraense, como está na luta pelo título da Série D com o Remo e está invicto na competição.
Roberto Fernandes é da nova safra de treinadores do Brasil, treinou times das Séries A e B e hoje, aposta pela primeira vez em um projeto da Série D. É mais um treinador vítima da panelinha da Série A, onde os clubes fazem um rodízio de treinadores, apesar, de que essa realidade está diminuindo, com os clubes dando oportunidade até para treinador importados.
A razão para esse relato da queimação de treinadores é infelizmente, a falta de estrutura do futebol do Pará e o amadorismo de seus dirigentes. No Pará não adianta chegar, pegar o apito, bolas e coletes e dar treino. É preciso ensinar o básico, cobrar o básico e, ainda, administrar a vaidade entre dirigentes, o fator principal para a queda do treinador Mazola Júnior no Paysandu.
Com dificuldades em todos os sentidos, até de treinamento, os treinadores que chegam com a bagagem de bons resultados, passam a padecer e, com uma cobrança digna de Seleção Brasileira. É isso mesmo, no Pará os estádios são lotados de torcedores, uma imprensa osso duro de roer e os resultados precisam ser de imediato.
Claro que os “treineiros” não são tão vítimas assim, devem pegar informação antes de chegar para trabalhar, mas ou eles são de desafios ou acabam não sabendo o tamanho da bronca. Sem esquecer, que também no futebol paraense, bem lá atrás, outros treinadores se mostraram para o Brasil como: Paulo Bonamigo, Cuca, Ivo Wortmam, entre outros.
Esse relato todo, não busca de forma alguma diminuir o futebol paraense, mas mostrar a realidade de um local onde um dia, teve resultados significativos, porém em quanto parou no tempo, outras praças se fortaleceram. Exemplo maior disso, é o próprio Sampaio Corrêa-MA que está na Série B, depois que o futebol maranhense beijou a lona. E lá, o treinador que é ídolo, foi demitido do Remo sendo chamado de incompetente, no caso, o Flávio Araújo, Rei do Acesso.
Então quando o telefone tocar, já sabe: Você que é treinador, venha com ferradura e com muita coragem para o Pará.
Por Abner Luiz via AFI
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