Eleita a melhor atleta do halterofilismo nacional pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, a potiguar Maria Rizonaide da Silva revelou que a escolha foi uma grande surpresa, após o anúncio dos vencedores nesta segunda-feira em cada uma das 22 modalidades que fazem parte do programa dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. A premiação acontece no dia 9 de dezembro, no Hotel Sofitel, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Rizonaide ganhou a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá e no Regional das Américas, na Cidade do México e teve destaque no desporto brasileiro em 2015.
- Estou muito feliz e não imaginava (ganhar o prêmio). Não tinha nem noção disso porque tem outros atletas muito bons. Treinei muito esse ano para chegar onde cheguei e espero que Deus me ajude a continuar crescendo. Foi um ano muito especial. Tive muitas conquistas e sucesso - comemora a atleta.
A última competição do ano para Rizonaide foi no início desse mês, quando participou do Circuito Brasileiro, em São Paulo, e ficou na segunda colocação. Mesmo assim, a atleta segue mantendo o ritmo de treinos e sonha com uma vaga nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. A potiguar segue uma rotina árdua de treinos. Os trabalhos são feitos em Natal, de segunda a sábado, em Natal, com duas horas de duração.
- Eu quebrei meu próprio recorde em São Paulo. O CPB ainda não divulgou os resultados da seletiva, mas estou torcendo para que possa ir para o Rio de Janeiro. Estou treinando para isso. A gente segue a preparação porque não pode ficar parado. Em todas as competições, eu quero melhorar minha marca. Sou muito focada. Levo o esporte muito a sério - conta.
Com o recorde de 79 quilos levantados em competições, Rizonaide tem como meta para 2016 quebrar a barreira dos 95 quilos. Nas provas, os atletas fazem três tentativas para manter o peso suspenso durante a contagem de oito segundos.
- Vou levantar brincando! Já estou treinando com 84 quilos e cheguei a levantar 90 quilos - afirma.
Mesmo sendo eleita a melhor atleta do halterofilismo pelo Comitê Paralimpíco Brasileiro, Maria Rizonaide enfrenta dificuldades com patrocínio para disputar as competições. A potiguar não recebe auxílio do CPB nas competições, o que obriga a trabalhar como consultora de cosméticos para cobrir os custos de viagens.
- Meu caso é difícil porque eu trabalho para me manter no esporte. Isso é muito cansativo. Estou batalhando para que um dia consiga um patrocínio para viver só do esporte. Mas, mesmo com essa dificuldade, eu estou conseguindo ir a todas as competições - declara.
Homenagem ao pai
Há quatro meses, Maria Rizonaide perdeu o pai, que lutava contra um câncer. Enquanto ele esteve internado no hospital, a atleta pensou em desistir do embarque para a cidade de Toronto, onde ganhou a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos.
- Ele me pediu para continuar porque eu até pensei em desistir da viagem para o Canadá. Eu tinha medo de viajar e eu não estar perto dele, caso fosse a hora de partir. Viajei 18 dias depois que ele tinha falecido e, no dia do velório, disse que traria uma medalha, independente de qual fosse. Consegui o ouro. Foi muito difícil para mim, mas eu me superei. Acabei perdendo uma coisa e ganhando outra. Tenho certeza que ele estava lá comigo - relata emocionada.
Fonte GE RN Foto: Daniel Zappe/CPB/MPIX
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