Falando em reciclagem na diretoria e trazendo um pensamento empresarial, Beto Santos já planeja como poderia gerir o América-RN a partir do ano que vem. Até agora, o nome do empresário é o único confirmado para as eleições que acontecem no próximo dia 27. Com um discurso muito sóbrio e realista, o candidato a presidente enfatiza que o bom trato com as receitas financeiras devem estar em primeiro lugar na nova administração e que a questão emocional deve aparecer apenas em "terceiro plano".
- Meu nome está lançado. Minha posição é que o consenso é interessante, mas se houver outro candidato, que ele vá ao conselho explanar as ideias dele, assim como eu fiz. O importante é que o propósito de qualquer candidato seja 100% voltado para o América, sem projetos pessoais acima do clube. Acredito que tenho boas propostas, com novos formatos de administração. Mas seja quem for o presidente, as melhores propostas para o América devem ser colocadas em prática - afirmou.
Diretor-presidente da Potigás, Beto quer levar a experiência adquirida nos negócios para a gestão como presidente do América. Para isso, planeja formar uma equipe com profissionais motivados, especializados e que estejam alinhados como o pensamento de gerar resultados para a "empresa" alvirrubra.
- Não consigo ver um gestor privado fazer nada com mão de ferro, sozinho. Só se faz com equipe. No América, vou buscar pessoas que tenham motivação e um pensamento alinhado com o meu. E preciso de pessoas boas em suas áreas. Alguém que entenda de marketing, por exemplo, vai ser bem mais eficiente do que eu. Então é 'cada um no seu quadrado', mas com uma comunicação muito bem alinhada: marketing, financeiro, futebol, tudo - disse.
Além disso, Beto aposta na aplicação de um "sistema de meritocracia", que estipula metas e premiações mensais aos jogadores quando um objetivo for alcançado. O candidato a presidente ainda fez uma analogia entre o futebol e a indústria para explicar que, assim como no mercado de trabalho, os jogadores com altos salários precisam gerar grandes resultados. Caso contrário, não se pode gastar tanto com funcionários e os custos precisam ser reduzidos.
- Uns dizem que é loucura, que isso não existe. Mas eu digo que o sistema de administração precisa mudar. Ou o certo é pagar salários altíssimos para jogadores que ficam o ano inteiro na reserva, assinam contratos longos e nada fazem para ajudar o time? Minha proposta é trabalhar em um sistema de meritocracia, no qual os salários aumentam se vierem os resultados, e não falo só em títulos. Falo de metas cumpridas mesmo, como nas empresas. Os jogadores terão salários justos com a possibilidade de ganhar premiações. Como qualquer funcionário, o jogador precisa de motivação. E fazendo uma analogia entre futebol e indústria, eu não consigo ver no Rio Grande do Norte duas indústrias que tenham 25 executivos que ganham acima de R$ 15 mil. Então, não posso compactuar com dois times (ABC e América) que tenham 25 profissionais que ganham acima disso e que não dão resultados. É impensável isso - ponderou.
Sobre a formação da diretoria, Beto defende que nomes surjam para dar novos ares ao clube e ajudá-lo na missão de levar o time de volta à Série B do Campeonato Brasileiro. Ele não descarta a participação de ex-presidentes e admite que deverá trazer de volta algumas pessoas que já prestaram bons serviços ao América.
- Será um mix de novos americanos, que nunca fizeram parte da gestão do América, mas que têm tempo e estão prontos para se doar ao América, com algumas pessoas mais experientes que já prestaram serviço ao América e que podem ajudar. De qualquer forma, o América tem que passar por uma reciclagem e dar uma oportunidade a inúmeros outros americanos a fazerem parte de uma gestão, assim como eu estou tendo agora. E independentemente de cargo, quem for verdadeiramente americano e quiser o bem do clube, vai doar parte do seu tempo para nos ajudar - concluiu.
Por Klênyo Galvão Natal Foto: Canindé Pereira
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