Não há duvidas de que Lionel Messi e Cristiano Ronaldo são os maiores nomes do futebol do século XXI. Juntos, os astros argentino e português colecionam 11 prêmios de melhor jogador do planeta pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), nove títulos de Liga dos Campeões da Europa (onde, aliás, são os principais artilheiros e únicos a terem ultrapassado a barreira dos 100 gols), entre outros recordes. A era deles, porém, está chegando ao fim e a Copa do Mundo deste ano será a última com a presença de ambos.
Será o quinto Mundial de cada um, o que os igualará a mais quatro nomes (os mexicanos Antonio Carbajal e Rafa Márquez, o alemão Lothar Matthäus e o italiano Gianlugi Buffon) como jogadores com mais participações no evento. Messi, de 35 anos, anunciou recentemente que a Copa do Catar será a derradeira da carreira. Ronaldo, dois anos mais velho, ainda não fala em adeus e deseja estar na edição de 2026 (Canadá, Estados Unidos e México), aos 41 anos.
A trajetória de ambos em Copas teve início em 2006. À época com 18 anos, Messi ainda não era o protagonista que viria a se tornar no Barcelona (Espanha), mas era apontado como candidato a revelação do torneio disputado na Alemanha. Ele esteve presente em três jogos do Mundial. A estreia foi na segunda rodada da fase de grupos, na goleada por 6 a 0 sobre Sérvia e Montenegro.
Reserva, o atacante entrou no lugar do meia Máxi Rodriguez aos 29 minutos do segundo tempo. Participou do quarto gol, marcado pelo centroavante (e hoje técnico) Hernán Crespo, além de balançar as redes para fazer o quinto tento argentino na partida.
Com a seleção alviceleste garantida nas oitavas de final, Messi ganhou chance como titular no duelo seguinte, no empate sem gols com a Holanda. No mata-mata, iniciou no banco o jogo com o México, no dia em que completou 19 anos, entrando em campo aos 39 minutos da etapa final. Discreto, o atacante não recebeu oportunidade nas quartas de final.
Naquele mesmo Mundial, Ronaldo já era um dos principais nomes da seleção portuguesa de Luiz Felipe Scolari, embora o protagonista ainda fosse o veterano Luís Figo. Este último, aos 33 anos, preparava-se para transferir o bastão de líder rubro-verde justamente ao então jovem de 21 anos, titular desde o vice-campeonato europeu em 2004 e que balançou as redes pela primeira vez em uma Copa (edição da Alemanha) na vitória por 2 a 0 sobre o Irã, na segunda rodada, cobrando pênalti.
Nas oitavas de final, diante da Holanda, Ronaldo foi uma das vítimas do jogo mais violento da história das Copas (16 amarelos e quatro vermelhos), deixando o gramado contundido no primeiro tempo – Portugal venceu por 1 a 0. Nas quartas, foi dele o gol que decretou a classificação lusitana às semifinais, nos pênaltis, contra a Inglaterra.
De promessas a estrelas. Quatro anos depois, Messi e Ronaldo já eram os principais astros do futebol mundial, ambos com um prêmio de melhor do mundo cada, sendo o argentino o detentor do posto quando a bola rolou na Copa da África do Sul. A dupla, porém, decepcionou. Apesar da ótima atuação na goleada por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, participando dos quatro gols da Argentina, o então craque do Barcelona passou em branco na competição e foi questionado por não render na seleção o tanto que apresentava no clube espanhol.
O português, por sua vez, foi eleito o melhor em campo nos três jogos da primeira fase, ainda que longe de brilhar nos empates sem gols com Costa do Marfim e Brasil e na goleada por 7 a 0 sobre a Coreia do Norte.
Na edição do Mundial no Brasil (2014), Messi, enfim, foi protagonista em uma Copa do Mundo. Com a braçadeira de capitão, o camisa 10 liderou os hermanos à decisão, mesmo sem balançar as redes no mata-mata. Diante da Alemanha, porém, o craque não aproveitou as chances e a meta de ser campeão mundial no Maracanã sucumbiu ao gol do meia Mario Gotze. Ainda assim, foi eleito o melhor jogador do torneio.
Veio, então, a Copa da Rússia (2018). Após as derrotas nas finais das Copas Américas de 2015 e 2016 (ambas para o Chile), Messi chegou a anunciar que se aposentaria da seleção, mas voltou atrás. Nas oitavas de final, apesar de duas assistências, ele viu a França, do atacante Kylian Mbappé, vencer por 4 a 3 e adiar, novamente, o sonho do título mundial. Ronaldo chegou à Rússia novamente como melhor do mundo, além de campeão europeu por Portugal.
O inédito título mundial é a principal motivação de Messi e Ronaldo no Catar.
Por Agência Brasil Foto: david ramos / getty images